Nessa mesma noite sem amanhã, estavamos conversando quando uma amiga começou a reclamar de que, na festa, praticamente não tinha homem bonito. Apesar de não ficar ofendido com a reclamação, resolvi, ainda assim, explicar minha teoria estética sobre a aplicação dos conceitos de feio e bonito de acordo com o gênero avaliado.
Minha teoria consiste de dois pressupostos - expliquei - o primeiro é de que não existe mulher feia e nem homem bonito. Sendo assim, pode-se dizer que todos os homens são feios e que todas as mulheres são bonitas. Quando eu disse isso elas disseram logo que a questão era se o avaliador havia bebido muito ou pouco, como folcloricamente se trata o assunto. Respondi que não era tão simples assim, na verdade tudo se trata de uma questão de percentual. Em minha teoria existe uma graduação do percentual de beleza e feiura que os seres possuem e que isso varia de indivíduo para indivíduo. Se uma mulher por exemplo não é considerada tão bonita quanto outra, é tão somente por que possue um percentual de beleza menor que o da outra, mas ela não deixa de ter sua beleza ainda assim. Pensando assim, existem as que tem o percentual máximo e as que tem o percentual mínimo de beleza, que seria de 1 a 100%, não existindo portanto o percentual zero de beleza, pois isso seria conciderado feiura e por consequência esse indivíduo seria um homem e não uma mulher.
Fica claro então que a avaliação da feiura masculina usa uma razão inversamente proporcional ao sistema de avaliação da beleza. Nos homens então, a escala seria de 100 a 1% de feiura sendo impossível a existência do percentual zero de feiúra, pois isso seria considerado beleza e por conseguinte esse indivíduo seria uma mulher.
Por alguma razão elas não acharam a minha teoria muito plausível, embora eu obtenha sempre a aceitação desta tese quando as apresento a indivíduos do sexo masculino. Cabe revelar porém, que como toda regra, esta também possui exceções, pois de tempos em tempos surgem seres mutantes que destroem as convenções científicas apenas por sua mera existência, como foi o caso da Roberta Close, que nos anos oitenta do século passado, mesmo tendo nascido homem, foi eleita a mulher mais bonita do Brasil. Para isso eu não tenho resposta, pois ainda não foram criadas tecnologias capazes de interpretar com clareza as ironias da natureza. Resta-me aperfeiçoar mais esse pensamento, se não pela exatidão de cálculos matemáticos, talvez então pela inspiração que a poesia nos trás sobre o assunto.
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