sábado, 30 de maio de 2009

Estava brincando com meu celular dia desses, olhando no calendário os próximos feriados e fins de semana prolongados, adiantando os anos sem pensar em nada mais que a possibilidade de descanso da correria do trabalho. Lá pelas tantas percebi que já estava olhando o ano em que completarei 50 anos e tomei aquele choque. Parei na hora e comecei a pensar que a sensação que a maioria tem é que o tempo passa muito rápido, e que se a adolescência aconteceu a tão pouco tempo atrás, aquele ano estaria realmente muito próximo de chegar.

Nunca tive muitos problemas em encarar o processo de envelhecimento. Acho que faz parte, e não se pode perder tempo questionando isso. A questão maior no meu entender, e é isso que me deixa perturbado, é que existem tantas coisas para ser feitas, tantas coisas para intervir, transformar que talvez não haja tempo suficiente. Outra coisa que me fez pensar nisso foi uma conversa com um amigo, que eu achava que queria consumir o mundo inteiro de uma só vez, como numa dose de whisky que viramos de uma vez.

Para mim, isso está sendo muito estranho, pois depois de chegar aos 30, alguns anos atrás, comecei a desenvolver o pensamento de que as coisas devem ser apreciadas, não necessariamente de forma moderada, mas que em vez da quantidade, deveria dar ênfase à qualidade das sensações. Nessa época comecei a desenvolver meu paladar e a apreciar vinhos, sendo hoje um viciado em vinhos. Mas eis que de repente a crise dos quarenta começa a dar sinais ainda nos trinta anos. Parece que é isso, há uma variedade tão grande de lugares e sensações a serem degustadas que sinto que o tempo é curto para tando.

E isso falando apenas das sensações, há ainda como eu disse a questão dos ideais, da necessecidade de ser relevante, de poder ser realmente um agente de transformação da realidade, pensamento que vem assombrando minha mente há tempos, e para o qual ainda não encontrei uma resposta.

Esse assunto ainda não acabou...