domingo, 6 de dezembro de 2009

Morrer... Dormir... Talvez sonhar.

Privação de sono é uma coisa muito interessante. Nosso organismo precisa de descanso isso é óbvio, o cerebro precisa do sono não apenas para descanso, pois o processo de fixação das memórias recentes acontece durante o sono. Interessante é o que acontece quando você não dorme. Depois de um tempo, além do cansaço, parece que o mundo vira uma mistura de realidade e ilusão, suas emoções começam a se embaralhar, o auto-controle, tão necessário à convivência social vai para as cucúias. Basta um olhar mais feio que já mandamos a figura tomar lá onde o sol nunca ilumina.
Problemas à parte, há algo muito sedutor nessa possibilidade de ver o que não é possível se ver normalmente. Lembro que ainda na faculdade de comunicação li um livro chamado A Erva do Diabo, do escritor Carlos Castañeda, que fala do uso de cogumelos alucinóginos por tribos mexicanas como ponte para o mundo espiritual. Também tinha o livro As Portas da Percepção de Aldous Huxley, que tratava de sua experiência com o uso da mescalina. O nome do livro inclusive é referência a uma citação de William Blake que diz: "Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito". Dessa citação ou livro, inclusive vem o nome da banda The Doors, por razões óbvias...
Pois é, naquela época influenciado por uma estética e pensamento setentistas, eu nutri o desejo de me aventurar em experiências xamãnicas, e ver além do mundo físico ou real. Felizmente ou infelizmente, não cheguei sequer a sair do país, que dirá desse universo. acabei enveredando por um caminho mais Zen, e por um pensamento mais simples, onde passei a acreditar que todo contato com o divino deve ser por esforço e mérito, e não pela interferência de substancias quaisquer.