terça-feira, 24 de junho de 2008

A azeitona da empada

Quem já passou mal alguma vez depois de comer algo na rua já deve ter escutado ou dito isso: "não foi a empada, o problema foi a azeitona..." Pois é, até as bebidas tem as suas azeitonas, todos sabem é claro. Tomar um martini sem azeitona não tem graça, dizem, por que eu não vejo graça em martini com ou sem azeitona. Mas existem os coqueteis, as caipiroskas e caipirinhas, os licores, as garrafadas e um monte de coisas mais que usam e abusam de frutas e raízes para dar um diferencial no velho e sagrado ritual da degustação alcoólica.

Bom, numa noite dessas, eu que gosto de uma cachacinha de boa procedência, me encontrei com meu brother Caio num barzinho daqui de Maceió muito legal, o Divina. Bar famosíssimo por sua extensa variedade de cachaças da mais alta qualidade. Chegando lá resolvemos provar umas cachaças novas, mesmo sob os protestos veementes de minha namorada que dizia o tempo todo que eu ia me ferrar se bebesse demais e que ela não sabia dirigir, enfim, tudo isso que as namoradas sempre dizem para cortar o nosso barato alcoólico.

Depois de algumas doses de velhas conhecidas (Seleta, Germana, Gabriela) para matar a saudade fomos apresentados a uma mineira de alcunha Mariana, com seus mais de 50º de percentual. A danada apesar de aparentar ser forte, era estremamente suave ao paladar, e acabou nos seduzindo completamente. Entramos num tipo de frenesi, uma dose, duas doses, três... uma garrafa.... duas garrafas. Nessa altura eu nem sabia que tínhamos bebido as duas garrafas e até hoje tenho lá minhas dúvidas a respeito, pois acho que a primeira garrafa já estava pela metade quando começamos a beber. Bem, continuando, depois de muitos beliscões que levei da patroa, resolvemos ir embora, mas quando fomos pagar a conta um dos garçons nos chamou ao alambique e disse que tinha mais por conta da casa hehehehhehehe

Foi nesse momento que a empada estragou, digo a azeitona. Encostados no balcão do alambique, eu tomei uma dose de cachaça de catuaba, e pelo que aconteceu depois, acho que aquela planta foi borrifada com algum agrotóxico antes de ser extraida, pois eu estava ótimo até então, mas depois que senti aquele gosto meio azedo a coisa mudou radicalmente. A partir daí eu lembro de algumas imagens de quando saimos do bar que já estava deserto, de estar vomitando pela janela do carro enquanto outra pessoa o dirigia hehehe e me levava para minha casa, de algumas passagens do extenso sermão que minha namorada me fez durante a viagem, durante a minha prostração no banheiro de minha casa, durante o dia seguinte em que eu deveria estar de ressaca dormindo, mas ela insistia em me martirizar com o seu sermão estilo "eu te disse, mas eu te disse" (lembram do desenho do fusca Willye).

Depois eu tomei jeito, mas não, eu não parei de beber e fui procurar Jesus em alguma igreja evangélica, apenas resolvi tomar mais cuidado com as coisas que como ou bebo na rua, empadas, doces, frutos do mar, churrasquinhos, etc, e passei a preferir as caçhaças puras. Essa da catuaba eu só penso em voltar a beber daqui uns trinta ou trinta e cinco anos, por motivos de saúde. E também aprendi uma coisa muito importante, nunca levar a namorada para "degustações" como essa, pois as consequências são devastadoras.

Um mês sem tempo para nada, cansaço total.