Dizem que todo nome próprio tem além do significado escondido em suas origens, uma certa relação com a personalidade daqueles que batizam. Minha namorada, por exemplo, o nome dela significa pequenina e devo admitir que embora ela seja muito geniosa, o nome a descreve com fidelidade.
Me lembro que quando era criança, logo que entrei na escola, criei uma confusão com a turma por causa do meu nome, pois todos insistiam em me chamar de Abel, que é realmente meu nome, mas em casa, até então, eu só respondia pelo nome de Juninho. Agora vá dizer para uma criança de três anos que seu nome é Abel Jr quando ela acredita piamente que Abel é o nome de seu pai. Bom, foi a maior confusão, passamos um tempão com a professora tentando terminar a chamada e eu teimando em dizer que Abel era o nome de meu pai e que o meu nome era Júnior. Dá para imaginar a bagunça.
Com os anos essa passou a ser uma memória agradável da minhas primeiras estripolias na escola, a primeira de muitas outras, diga-se de passagem. Isso me veio a mente depois que atendi um cliente no trabalho um dia desses. O coitado tinha um nome que além de impronunciável na lingua portuguesa, era virtualmente indecifrável, pois tentei durante muito tempo descobrir qual a inspiração dos pais para batizar uma criança com um nome que parecia mais uma fórmula de algum produto químico do que propriamente um nome próprio.
Essa não foi a primeira vez, no meu primeiro ano ainda no atendimento, um garoto de uns 15 anos veio resolver alguma coisa de seu cpf, e no momento em que olhei o nome na indentidade deu aquela vontade de rir, mas muito profissionalmente me controlei e olhei de volta para o rapaz, que me olhou já rindo e dizendo: " pode rir, todo mundo que vê meu nome cai na risada". Aí foi demais para mim, não consegui ficar sério, mas tentei amenizar a situação perguntando se era um nome estrangeiro e ele me disse que o pai gostava muito de futebol e que esse era um nome de um jogador mexicano.
Esse não é realmente um tema novo, vira e mexe tem uma matéria em algum jornal falando dessa criatividade do povo brasileiro para batizar seus rebentos. Mas fico imaginando se em outros países existe toda essa criatividade também. Sei que na China por exemplo, os nomes são escolhidos de acordo com a época do ano do nascimento, dos presságios interpretados no horóscopo e até mesmo de acordo com a posição do nascimento em relação aos outros irmãos, sendo primeiro filho, segundo filho, terceiro filho... havendo em comum apenas o sobrenome. Isso até lembra o famoso Um Dois Três de Oliveira Quatro daqui do Brasil.
Até aí tudo bem, afinal umas risadinhas de um nome estranho não fazem mal quando o próprio dono se acostumou a rir dele mesmo e tem alguma relação afetiva com o nome, mas tudo muda quando o nome da pessoa causa constrangimento a ponto da pessoa brigar na justiça pelo direito de mudar o nome, fato inclusive que a Justiça compreende e acata, em nome da saúde mental do requerente, afinal, não acredito de ser chamado de "Antônio Querido Fracasso e Antônio Veado Prematuro" possa fazer alguém ter uma auto-estima muito saudável, e esses são exemplos dos menos criativos.
Para quem quiser sentir o drama um pouco mais, existem sites sobre o assunto com nomes do arco da velha, este é um deles:
Nenhum comentário:
Postar um comentário