Para tudo tem limite, cresci escutando isso e tentando acreditar nessa afirmação que muitas vezes soa como uma prece ou forma de desabafo de quem se confronta com o bizarro. Infelizmente continuo a me surprender com a criatividade humana e sua tendência para o surreal. Alguns dias atrás estava eu com minha amada-idolatrada-salve-salve namorada, tomando um vinhozinho( para variar), quando de repente passou por nossa mesa uma criança que nos fez perder a fala. Não que crianças sejam tão estranhas ao local que nos causem espanto, ou que não tenhamos ainda nos acostumado com essa qualidade maravilhosa das crianças de produzirem encantamento, muito pelo contrário, pois perdemos a fala pela bizarra e triste visão de uma criança com menos de dez anos, sem corpo formado ainda, usando cabelos pintados e alisados quimicamente, como uma reprodução caricata em miniatura de sua mãe, uma loira artificial e insossa qua a acompanhava alegre e peruamente.
O choque passou depois de alguns instantes, para tentarmos descobrir o que leva uma mãe a realizar os desejos de uma criança a se mutilar de sua aparência de inocência para reproduzir uma estética no mínimo inadequada a sua idade. Ficamos nos perguntando se estamos ficando conservadores demais depois de mais velhos, mas custo a acreditar que uma imagem triste como aquela não provoque reação similar a qualquer indivíduo com um mínimo de bom senso. Indepenente disso, ninguém pode negar os efeitos a longo prazo de uma esposição tão prematura de um organismo tão novo a essas químicas todas usadas nesses precessos que ao meu ver diferem muito pouco dos rituais macabros dos contos de H. P. Lovecraft ou de Edgar Allan Poe.
Quem quiser ver essa situação bizarra como ela realmente é pode assistir o filme Pequena Miss Sunshine, que entre as confusões de uma família nada convencional, tenta levar a filha caçula para participar de um desses concursos de beleza infantis que ocorrem nos Estados Unidos. O filme detona com esses espetáculos bestiais em que para satisfazer os desejos não realizados dos pais, menininhas são fantasiadas de mulheres adultas, submetendo-se a rituais "embelezamento" que as transformam em versões miniatura de barbies ambulantes, com os mesmos sorrisos químicos, maquiagens e tinturas de cabelo que me calsaram tanta repulsa como já disse anteriormente.
Enfim, quem quiser que veja o filme, mas no fim das contas todo mundo é um pouco louco e infelizmente para essa criança a mãe é louca varrida, o que não consigo me conformar é como um cabelereiro pode fazer algo desse tipo numa criança apenas par não deixar de ganhar dinheiro. Será que não há nenhum limite? Tenho impressão que tudo vai ficando mais estranho a cada dia.
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