domingo, 25 de maio de 2008

Inquietações Parte I

Tenho dois hábitos, aliás, milhares de hábitos, manias e sei lá mais o que, mas, dentre eles, gosto de ler e de assistir jornais. Gosto de me informar, de saber o que está acontecendo, de levantar a cabeça de vez em quando, deixando de lado o mar de preocupações do dia-a-dia. E acabo percebendo conexões nas notícias com as coisas que me atormentam diariamente.
Dia desses na internet, li algo muito interessante e perturbador. Na matéria, se falava da idéia de que a Amazônia não pode pertencer apenas aos países onde ela se localiza, mas que esta seria propriedade do mundo inteiro pela sua importância. Lembrei imediatamente de certo email tipo span, que acho que quase todos que tem email já devem ter lido, sobre um discurso do então reitor da UNB, Cristóvão Buarque, em Nova York, quando questionado sobre a propriedade da Amazônia. Pensei de imediato que o que eu imaginava para o futuro de nossos filhos já está acontecendo, e seremos personagens importantes no novo cenário que se anuncia. A Guerra.
Quando digo importantes, talvez o mais correto fosse dizer que estaremos no meio disso tudo, mas como coadjuvantes nesse filme. Ou será que não?
Como eu disse antes é meio difícil esquecer por uns estantes que uma conta vai vencer e o dinheiro está acabando antes do fim do mês, mas viver é muito mais que trabalhar, comer, dormir, transar, encher a cara... :¬/ Mas, viver é fazer parte de algo, é estar conectado com pessoas, lugares, espécies animais. Viver é ter responsabilidade. Está certo, eu sei que a minha geração( eu nasci nos anos 70) passou muito tempo tentando fugir dessa palavra que aprendemos ser sinônimo de repressão e castração. Quem assistia certos filmes da sessão da tarde nos anos 80, acha perfeitamente normal essa aversão. Eu mesmo pensei milhares de vezes em ser como Ferris Bueller, e largar a escola nos dias em que não estava a fim de assistir aula. Não queria saber de nada sério, tinha aquela postura anarquista de todo adolescente rebelde. Mas não dá para ser assim sempre. Realmente, acho que estou ficando velho mesmo, mas talvez a idade realmente traga a maturidade que a humanidade precise para sobreviver.
Na busca dessa tal maturidade, desse sentimento de conexão que falta ao mundo, vejo que muitas coisas nos educam e deseducam (esse termo existe?). Bom será sempre educação, mas dá para entender o que quero dizer.
Bom, tudo isso só para dizer que ando meio preocupado, que a sensação que tenho é que o mundo está sendo roubado, que há uma grande conspiração agindo pelas sombras e que nos tira o direito de existir, que nos força a uma existência patética e sem sentido, pautada por um consumismo alienado e insensato de recursos que não se renovam. Agora me pergunto: há realmente uma Conspiração? Qual seria? A disseminação da miséria ou da ignorância? Uma coisa está ligada a outra?

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